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Luis Inácio Lula da Silva

O Luis Inácio Lula da Silva é o presidente da República Federativa do Brasil, em seu segundo mandato pelo Partido dos Trabalhadores, disputou a presidência 3 vezes. Ex-sindicalista pela Central Única dos Trabalhadores, nasceu no então distrito brasileiro de Caetés, município de Garanhus, interior do estado federal de Pernambuco em 27 de outubro de 1945. É o sétimo de oito filhos de Aristides Inácio da Silva e Eurídice Ferreira de Melo. Quando tinha apenas duas semanas de vida, seu pai decidiu tentar a vida como estivador em Santos, levando consigo Valdomira Ferreira de Góis, uma prima de Euridíce, com quem formaria uma segunda família. Em dezembro de 1952, quando Lula tinha apenas sete anos de idade, Euridíce decidiu migrar para o litoral do estado de São Paulo com seus filhos para se reencontrar com o marido. Após treze dias de viagem num transporte conhecido como "pau-de-arara", chegaram na cidade de Guarujá e descobriram a existência da segunda familia de Aristides. A convivência forçada causou atrito, e quatro anos depois, Euridíce levou os filhos para morar consigo num cômodo atrás de um bar localizado na Vila Carioca, bairro da cidade de São Paulo. Após a separação, Lula quase não se rencontrou mais com seu pai, que morreria em 1978.

Durante o período em que as duas familias de seu pai conviveram, Lula foi alfabetizado no Grupo Escolar Marcílio Dias. A fim de contribuir na renda familiar, começou a trabalhar aos doze anos, em uma tinturaria. Durante o mesmo período também trabalhou como engraxate e office-boy. Aos quatorze anos começou a trabalhar nos Armazéns Gerais Columbia, onde teve a carteira de trabalho assinada pela primeira vez. Transferiu-se para a Fábrica de Parafusos Marte. Pouco depois, conseguiu uma vaga no curso técnico de torneiro mecânico do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI). Formou-se três anos mais tarde e, em 1963, empregou-se na metalúrgica Aliança, onde acidentou-se numa prensa hidráulica, o que lhe fez perder o dedo mínimo da mão esquerda.

Operário e Sindicalista[]

Alguns anos depois, mudou-se para São Bernardo do Campo, onde, em 1969 filiou-se ao Sindicato dos Metalúrgicos. Em 1969 foi eleito para a diretoria do sindicato dos metalúrgicos da cidade. Em 1975 foi eleito presidente do mesmo sindicato. Reeleito em 1978, foi uma das lideranças sindicais que restauraram a prática de greves públicas de larga escala, que haviam cessado de ocorrer desde o fortalecimento do regime militar brasileiro na década anterior. Durante o movimento grevista, a idéia de fundar um partido representante dos trabalhadores se desenvolveu, e em 1980, Lula se juntou a sindicalistas, intelectuais, católicos militantes da Teologia da Libertação e artistas para formar o Partido dos Trabalhadores (PT).

Atividade Política[]

Em 1981, no curso de uma greve no Grande ABC Paulista, o Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo sofreu intervenção aprovada por Murilo Macedo, então Ministro do Trabalho do general João Baptista Figueiredo, e Lula foi detido por vinte dias nas instalações da Delegacia de Ordem Política e Social paulista. Alterou judicialmente seu nome de Luiz Inácio da Silva para Luis Inácio Lula da Silva, visando a usar o nome em pleitos eleitorais, a legislação vigente proibia o uso de apelidos pelos candidatos. Em 1982, Lula participou das eleições para o governo de São Paulo e perdeu. Em 1984, participou, ao lado de Ulysses Guimarães, da campanha Diretas Já, que clamava pela volta das eleições presidenciais diretas no país. Lula foi uma das personalidades mais importantes da campanha.

A campanha Diretas Já não teve sucesso e as eleições presidenciais de 1984 foram feitas por um Colégio Eleitoral de forma indireta. Lula e o Partido dos Trabalhadores abstiveram-se de participar nestas eleições. O processo indicará o governador de Minas Gerais, Tancredo Neves que participou ativamente na campanha das Diretas Já, como novo presidente da República Federativa do Brasil. Com a morte de Tancredo Neves, antes da posse como presidente, assume a presidência o vice José Sarney. Lula e o Partido dos Trabalhadores decidem firmar uma posição independente, mas logo se encontram no campo da oposição ao novo governo. Em 1986, foi eleito deputado federal por São Paulo com a maior votação histórica para a Câmara Federal até aquele momento, tendo participado da elaboração da Constituição Federal de 1988, proclamada como a constituição cidadã.

Desinteressado da atuação parlamentar, Lula não se candidata à reeleição como deputado federal, preferindo, a partir do início da década de 1990, intensificar suas atividades pelo partido, colaborando na estruturação das seções regionais do Partido dos Trabalhadores. Sua participação nessse processo é que o tornou uma figura essêncial, simbólica e incontestável dentro do partido, mesmo depois de suas sucessivas derrotas eleitorais. Em 1989, realizou-se a primeira eleição direta para presidente desde o golpe militar de 1964. Lula se candidatou a presidente mas perdeu. Fernando Collor de Mello, candadito do Partido da Renovação Nacional, que recebeu apoio de considerável parte da população que se sentia intimada ante a perspectiva do ex-sindicalista, radical e alinhado às teses da esquerda chegar na Presidência, é eleito presidente.

A campanha de Fernando Collor de Mello contra Lula, no segundo turno, foi fértil em práticas tidas na época, por moralmente duvidosas, e que combinavam preconceitos políticos e sociais: Lula foi identificado como um trânsfuga do comunismo, a quem a queda do Muro de Berlim, da República Democrática Alemã havia transformado em anacronismo, e seus atos político-eleitorais (comícios, passeatas) foram descritos com conotações desmoralizantes (segundo o acadêmico Bernardo Kucinski tal teria sido facilitado pela infiltração de agentes provocadores de Collor nos comícios do Partido dos Trabalhadores). Collor acusou ainda Lula de desejar sequüestrar ativos financeiros de particulares (o que a equipe econômica do futuro governo Collor fez após sua eleição).

Inumeráveis articulistas da grande imprensa pronunciaram-se de forma indecorosa sobre Lula: o comentarista Paulo Francis o chamou de "ralé", "besta quadrada" e disse que se ele chegasse ao poder, o país viraria uma "grande bosta". Além disso, uma antiga namorada de Lula, com a qual ele teve uma filha, surgiu durante a propaganda de Collor, durante o segundo turno nas eleições, para acusar seu ex-namorado de "racista" e de ter lhe proposto abortar a filha que tiveram.

Às vésperas das eleições, a Rede Globo promoveu um debate final entre ambos os candidatos e, no dia seguinte, levou ao ar uma versão editada do programa em sua exibição no Jornal Nacional. O diretor do Gallup Carlos Eduardo Matheus, entre outros, sustentou que a edição foi favorável a Collor e teria influênciado o eleitorado (fato este admitido mais tarde por várias memórias de participantes do evento, mostrado no documentário Beyond Citizen Kane). A eleição propriamente dita comportou ainda a alegada manipulação política do seqüestro do empresário do setor de supermercados Abílio Diniz, que, ao ser liberado de seu cativeiro no dia da eleição, apareceu vestindo uma camisa do Partido dos Trabalhadores.

Apesar de sua derrota e 1989, a liderança de Lula no Partido dos Trabalhadores permaneceu incontestável, assim como seu prestígio internacional, expresso no fato de que ele surgiu em pé de igualdade com Fidel Castro quando da fundação do Foro de São Paulo, em São Bernardo do Campo, em 1990. Tratava-se de um encontro periódico de lideranças partidárias que visava congregar e reorganizar as esquerdas latino-americanas, que estavam políticamente desorganizadas com a expansão do neoliberalismo após a queda do Muro de Berlim, da República Democrática Alemã. Em 1992, Lula apoiou o movimento pelo impeachment do presidente Fernando Collor de Mello que se via envolvido em várias denúncias de corrupção. O presidente Fernando Collor de Mello foi afastado temporariamente e no final de 1992 renúnciou ao cargo de presidênte. Lula e o Partido dos Trabalhadores permanecem na oposição e se tornaram críticos do plano econômico implementado no final do governo por Itamar Franco, o Plano Real.

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